Melancia, cola em prova e regime militar: a estratégia da oposição contra G.Dias

Ex-ministro do GSI presta depoimento, nesta terça-feira, 1°, à CPI do MST

 O general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI, durante seu depoimento à CPI do MST, 

Em sua primeira participação na Câmara dos Deputados, o general Marcos Edson Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), teve de enfrentar alguns conflitos com a oposição ao governo Lula na CPI do MST.

G.Dias, como é conhecido, depôs, nesta terça-feira, 1°, ao colegiado. O militar prestou esclarecimentos sobre as ações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no monitoramento de invasões de terra ocorridas durante o atual governo — sob sua gestão enquanto ministro.

O relator do colegiado, Ricardo Salles (PL-SP), contudo, começou o interrogatório perguntando qual a avaliação do general sobre o regime militar, de 1964. O parlamentar queria saber se G.Dias considerava a tomada do poder por parte dos militares como uma “revolução”.

A ala governista se incomodou com o questionamento, alegando que Salles estava fugindo do escopo da CPI do MST. O ex-ministro então respondeu que “falar que o movimento seria positivo ou negativo seria muito polêmico”.

O relator prosseguiu com a inquirição, mas, desta vez, contou a história de um militar que “colou” em uma prova do Exército em 1965. Salles perguntou ao ex-ministro se ele sabia quem era esse militar, mas o ex-ministro se recusou a responder. Era o próprio G.Dias.

A base do governo, novamente, apontou desvio de finalidade por parte de Salles. O advogado André Luís Callegari, responsável pela defesa de G.Dias, aproveitou a ocasião para dizer ao presidente da CPI, Tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), que alguns deputados tentavam constranger o ex-ministro.

Callegari se referia aos deputados Delegado Éder Mauro (PL-PA) e Messias Donato (Republicanos-ES) que estavam com pedaços de melancia. O ato pretendia sugerir que G.Dias era um “militar melancia” — que aparenta apoiar o Brasil por fora, mas, por dentro, é “comunista”.

Então, Zucco pediu aos parlamentares que jogassem no lixo a fruta. Ambos acataram o pedido do presidente do colegiado.