Secom diz que Brasil irá rever contratos com empresa de Musk

Ministro Paulo Pimenta deu declarações nesta segunda-feira

Nesta segunda-feira (8), o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, disse que o governo brasileiro avalia “rever” todos os contratos que têm com a empresa Starlink, de Elon Musk, em relação à geração de energia. As informações são do Valor Econômico.

“O governo pensará em rever os contratos que tem com a Starlink em relação à geração de energia no mundo”, falou.

O comentário de Pimenta surgiu após Musk e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, terem travado um embate que culminou na inclusão do bilionário no inquérito das milícias digitais, que tramita no STF. O “confronto” começou na madrugada do último sábado (6), quando Musk questionou Moraes sobre a necessidade “de tanta censura no Brasil”.

“Por que você está determinando tanta censura no Brasil?”, indagou Musk em uma publicação feita por Moraes em janeiro, na rede social X, na qual o ministro do STF parabenizava Ricardo Lewandowski pelo novo cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública.

Horas depois, em uma série de publicações na plataforma, o empresário disse que iria restaurar as contas banidas por decisões do ministro, ainda que isso levasse o X a deixar sua representação no Brasil e a perder receitas.

“Estamos levantando todas as restrições. Este juiz aplicou multas pesadas, ameaçou prender nossos funcionários e cortou o acesso ao X no Brasil. As restrições de conteúdo no Brasil foram removidas”, afirmou.

No início da tarde deste domingo (7), Musk foi ainda mais incisivo no embate contra o ministro e afirmou que o X publicaria tudo o que já tinha sido exigido pelo magistrado e “como essas solicitações violam a legislação brasileira”.

“Este juiz traiu descaradamente e repetidamente a constituição e o povo do Brasil. Ele deveria renunciar ou sofrer impeachment. Vergonha, Alexandre de Moraes, vergonha”, afirmou.

Depois das manifestações de Musk, Alexandre de Moraes incluiu, também neste domingo, o dono da rede social X como investigado no inquérito das milícias digitais pelo que chamou de “dolosa instrumentalização” da plataforma.

O magistrado também determinou a abertura de outro inquérito para investigar o bilionário por suposta obstrução de justiça “inclusive em organização criminosa e incitação ao crime”.

Moraes ordenou que a rede social X não venha a “desobedecer qualquer ordem judicial já emanada” pela Justiça do Brasil, mencionando a reativação de perfis que estão bloqueados na plataforma por determinação do STF ou do TSE. Caso haja descumprimento, foi estabelecida uma multa diária por perfil no valor de R$ 100 mil.