Embaixador de Israel diz estar “desapontado” com postura do Brasil

Daniel Zonshine espera uma condenação explícita ao Irã por parte do governo brasileiro

Embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine afirmou ter se sentido “desapontado” com a posição do Ministério das Relações Exteriores do governo Lula (PT) diante dos ataques perpretados pelo Irã contra o Estado judeu neste sábado (12).

Em entrevista à GloboNews, o diplomata frisou esperar que o Brasil faça uma condenação explícita à ofensiva iraniana.

“Não é a primeira vez que Irã está envolvido em ações contra Israel. Primeira vez que está fazendo isso de uma maneira direta, do território dela para o território israelense. Então, a expectativa é pelo menos ouvir qualquer condenação para esta coisa, em que aumentou o nível do envolvimento do Irã neste conflito que Israel está envolvido aqui no Oriente Médio. Infelizmente, não ouvimos nenhuma condenação nesta mensagem do Itamaraty. Isso é uma coisa [que nos deixa] um pouco desapontados”, assinalou Zonshine.

Governo Lula evita condenar Irã em nota sobre ataque a Israel onde ele é “persona non grata“

Em nota sobre o ataque neste sábado, o Palácio do Itamaraty manifestou “grave preocupação” com o cenário no Oriente Médio, entretanto, evitou condenar o Irã.

“O governo brasileiro acompanha, com grave preocupação, relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel, deixando em alerta países vizinhos como Jordânia e Síria. Desde o início do conflito em curso na Faixa de Gaza, o Governo brasileiro vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã”, diz o comunicado.

O posicionamento brasileiro, que passa bem longe daquele emitido por outras nações ocidentais como França, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos, que condenaram veementemente a postura do Irã, retrata a relação diplomática atual entre Brasil e Israel, que piorou depois que o presidente Lula comparou a resposta de Israel aos ataques do Hamas ao massacre de judeus pelos nazistas.